A notícia de falecimento de uma senhora, atropelada por um ciclista no Parque da Cidade, nos leva a uma profunda reflexão sobre a convivência que devemos ter em espaços compartilhados. O Parque da Cidade, um dos grandes símbolos da qualidade de vida no DF e um dos maiores parques urbanos do país, deve passar por adaptações urgentes para organizar seu uso cada vez mais intensivo por parte da população. O Parque deve ser de todos – caminhantes, skatistas, patinadores, ciclistas, corredores, idosos e crianças. Para garantir isso com segurança, devemos estar atentos às necessidade de espaços e estruturas adequadas aos usos e especificidades de cada público.
A reforma do Parque precisa ser feita com participação da população, devendo contemplar três necessidades em relação ao uso da bicicleta: 1) a necessidade de trajetos curtos para fins de mobilidade, para os ciclistas que cruzam o Parque para irem para o trabalho, casa ou local de estudo, 2) a necessidade de circuitos de lazer para as pessoas de todas as idades que usam a bicicleta em momento recreativo e 3) a necessidade de atenção aos circuitos de treino de alta velocidade para atletas, cuja velocidade não é compatível com o compartilhamento com pedestres e ciclistas de lazer.
Assim como fazemos nos casos em que um motorista atropela um ciclista, nesse caso de atropelamento de pedestre por um ciclista temos que recorrer ao Código de Trânsito, e lembrar que é de responsabilidade do maior veículo a segurança do menor (art 29 XII §2º), o que indica que ciclistas devem estar atentos e zelar pela segurança dos pedestres também. Nossa solidariedade à família que perdeu um ente querido num momento de lazer.