Por mais gentileza

O 1º Passeio Ciclístico da Primavera pelo Dia Mundial Sem Carro reuniu organizações voltadas para a segurança dos ciclistas: conscientização

O 1º Passeio Ciclístico da Primavera pelo Dia Mundial Sem Carro reuniu organizações voltadas para a segurança dos ciclistas: conscientização

Todos unidos com o mesmo objetivo: um trânsito mais gentil. Além de ter colorido e animado o Eixão de Lazer, o 1º Passeio Ciclístico da Primavera pelo Dia Mundial Sem Carro, promovido pelo Correio Braziliense, reuniu pessoas de diferentes tribos para pedir mais gentileza na convivência urbana. Dessa forma, representantes de instituições não governamentais como da Rodas da Paz e do Pedal Noturno marcaram presença no passeio e comentaram sobre a necessidade de atenção os ciclistas.

A responsabilidade por um trânsito mais cidadão deve ser dividida, na avaliação da coordenadora do Pedal Noturno, Kátia Luciene Ramos Rodrigues. Para ela, ciclistas, pedestres e motoristas devem saber quais são as suas atribuições e respeitar as dos outros. “Todos têm de fazer a sua parte. Bicicleta não é brinquedo, é veículo. O pedestre também precisa se conscientizar dos locais em que ele pode circular com mais segurança ”, afirmou.

Mais do que ampliar a malha cicloviária no Distrito Federal é preciso garantir a manutenção da existente, segundo o vice-presidente da ONG Rodas da Paz, Phillip James. “Prefiro apenas 60km de ciclovias bem-conservadas e sinalizadas a 600km de baixa qualidade”, disse. Ele cita as de Santa Maria e de São Sebastião como exemplos em que essa preocupação foi deixada de lado. “Nelas, há trechos em que o calçamento está danificado, quebrado. Faltou manutenção, e elas acabaram abandonadas pelos ciclistas”, denuncia.

A necessidade de se investir em educação no trânsito também é destacada por James como fator que garante o bom funcionamento das ciclovias. “Elas só vão realmente dar certo quando houver campanhas educativas que ensinem o papel do ciclista, do pedestre e do motorista no trânsito”, conta. Ele reclama ainda que a sociedade civil não foi ouvida pelas autoridades quando houve a implantação das pistas exclusivas no Plano Piloto, por exemplo. “Há problemas graves de localização e de sinalização.”

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“Elas (as ciclovias) só vão realmente dar certo quando houver campanhas educativas que ensinem o papel do ciclista, do pedestre e do motorista no trânsito” Phillip James, vice-presidente da ONG Rodas da Paz

Paixão

Além dos representantes de organizações e entidades ligadas à seguranças dos ciclistas, pessoas comuns que incentivam a mobilidade urbana reforçaram o pedido por mais respeito. O advogado Kleber Barros, 51 anos, participou do passeio com a mulher e a filha. “Gostamos muito de pedalar juntos. É a nossa atividade em família. Além de passarmos um tempo juntos pedalando, nós viemos pedir paz. Acredito que só há paz com consciência coletiva, quando todos se colocam no lugar do outro. Então, viemos ao passeio para pedir um trânsito menos violento, mais gentil”, contou Kleber.

Pai, mãe e filha. Todos sobre as duas rodas da bicicleta adaptada pelo analista de marketing Ricardo Henrique Barros Moreira, 30 anos. A paixão pela magrela começou na infância, quando Ricardo passava os dias na loja especializada em bikes do pai. “Desde que eu tinha a idade dela, eu já estava entre as bicicletas”, brinca, apontando para a filha, Luanna Rosa, de 2 anos e meio. Hoje, é a pequena quem pede a ele e à mãe para pedalar. “Se deixarmos, ela quer andar todos os dias. Ela adora”, explica a comerciária Keila Kamili Rosa, 30 anos.

Fonte: Correio Braziliense – Maria Julia Lledó, Maryna Lacerda, Gabriella Furquim

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