Saiba como foi a 2ª Consulta Pública sobre o projeto Mobilidade Ativa em Águas Claras

Dia 9/12 ocorreu a segunda consulta pública em Águas Claras para debater a implantação do projeto Mobilidade Ativa. A reunião ocorreu nas instalações do Colégio La Salle, na quadra 301, das 19:30 às 23hs. Estiveram presentes 78 pessoas, entre gestores públicos que apresentaram o projeto e esclareceram as dúvidas da população (SEGETH, SEMOB, DETRAN e Administração de Águas Claras), a deputada Telma Rufino (sem partido), moradores, cidadãos que trabalham na região e entidades da sociedade, como a Rodas da Paz.

A deputada distrital Telma Rufino abriu a reunião dando boas vindas aos presentes e o Administrador de Águas Claras, por ela indicado, conduziu os trabalhos. A Deputada afirmou que a questão poderia ser resolvida rapidamente, tendo em vista que “de cada 10 pessoas 9 seriam contrárias ao projeto“, o que se mostrou equivocado ao longo das falas dos presentes. O administrador esclareceu que, embora não fosse contra o projeto, não queria “apanhar mais” e que acreditava que a população deveria ser ouvida mais uma vez, além de defender o início das obras pelas Bulevares.

Vicente Lima, Subsmesaecretário da SEGETH, fez uma ampla explanação sobre o projeto, mostrando os marcos normativos que asseguram a promoção da mobilidade sustentável. Apresentou a análise dos pólos geradores de viagem de Águas Claras e diversos estudos que mostram a urgência de se implantar políticas públicas que reduzam o uso do carro nos centros urbanos – associando a mobilidade a pé e por bicicleta ao transporte público.

Dênis Soares, Subsecretário de Políticas e Projetos de Mobilidade, falou sobre a importância da articulação entre as secretarias e diferentes áreas do governo na condução adequada da política de mobilidade. Frisou também que o projeto segue a orientação da Política Nacional de Mobilidade, de modo a priorizar os deslocamentos ativos (pedestres e ciclistas) e o transporte público sobre o transporte individual motorizado.

Mayara Mitsuka, da equipe de engenharia e arquitetura do DETRAN, explicou que a ciclofaixa proposta na avenida Araucárias, nessa primeira etapa, segue as normas de segurança estabelecidas pelo CONTRAN e Ministério das Cidades e que a análise do projeto será realizada para cada via, na medida em que as próximas intervenções forem feitas. O prazo para conclusão do projeto completo apresentado pelo governo é dezembro de 2016 (acesse aqui o parecer completo do DETRAN).

Foram cerca de 20 falas dos presentes ao longo da noite. Destacamos algumas delas.

Sílvio Moraes, que vive em Águas Claras há 10 anos e autor de um abaixo assinado online cobrando execução do projeto, abriu as falas defendendo a execução do projeto. Perguntou à plateia quem seria a favor da segurança dos ciclistas, ao que todos os presentes levantaram as mãos. Em seguida comentou: “Me expliquem então como a implantação de uma ciclofaixa na Avenida Araucárias pode ser mais inseguro para os ciclistas“, sob aplausos.

thiagoTiago Moreira, morador de Águas Claras e que atua na área de educação no trânsito, relatou gostar muito de carro e velocidade, mas também de bicicletas e comentou como gostaria que seu filho crescesse em Águas Claras podendo utilizar a bicicleta com segurança, e elogiou a iniciativa do projeto.

Rafael Oliveira, também morador, ressaltou que não moradores também eram bem vindos na discussão, pois a questão do trânsito em Águas Claras é também do DF e de outras cidades, elogiando a iniciativa do projeto. Frederico Ferraz, oficial de justiça, comentou que naquela semana estava acontecendo a COP21, com líderes de todo mundo pensando em alternativas de sustentabilidade para o futuro do planeta, e a redução do uso do carro faz parte do cenário de soluções. Comentou que achava o projeto bom, mas menos ousado do que poderia ser, pois acredita que uma faixa de rolamento dos carros deveria ser retirada para se oferecer ainda mais espaço para as bicicletas.

Lucas Souza, morador do Guará, que trabalha como Bike Courier, fazendo entregas em todo o DF, fez um depoimento sobre sua experiência em pedalar no trânsito de Águas Claras. Afirmou ser esta uma das piores regiões hoje para se deslocar por bicicleta e que um projeto como esse seria muito bem vindo.

auditorioApenas uma pessoa no auditório se colocou diretamente contrária ao projeto, afirmando que este estaria sendo “imposto de forma autoritária à população (…) fruto de um projeto ideológico, o que se pode concluir também pelo uso do termo transporte individual motorizado para se tratar do automóvel” e que haveriam temas mais urgentes a serem tratados como o “combate ao Zica vírus”.

Janyce Freire, da Associação de Moradores (AMAAC) esclareceu que não é contrária ao projeto, mas que tem preocupação quanto à qualidade da sua execução e afirmou que não se deve restringir o projeto às duas avenidas recapeadas, mas que deve-se estabelecer um cronograma para sua implementação completa em 2016.

Para saber mais, veja os esclarecimentos feitos pela Rodas da Paz sobre alguns dos questionamentos a respeito do projeto.

Abaixo, capa do jornal local DF Águas Claras, que cobriu a consulta pública.

DF Águas Claras

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